segunda-feira, 6 de maio de 2013

DIA DAS MÃES



Quando meu pai morreu eu tinha apenas seis anos de idade e meus irmãos menos ainda, foi muito estranho aquele dia, tanta gente triste e outras tantas, querendo que eu não soubesse o que estava acontecendo.  
Fui entendendo aos poucos o que tinha acontecido, até que de um momento ao outro eu me desmanchei em lágrimas, era um choro diferente, eu não tinha apanhado, não estava doente, não estava querendo chamar a atenção, não fazia birra nenhuma por nada, apenas fiquei num canto junto com minha mãe, quando enfim ela permitiu que eu pudesse chorar.

Não tinha o costume de falar com Deus naquela época, fico pensando agora o que iria dizer a ele.  Nem tenho ideia do quanto eu o xingaria. O tanto que a dor daquele dia viraria raiva, ódio, revolta, sei lá... Uma criança sem ter os sentimentos negativos que a vida ainda não lhe tenha dado não sabe direito o que fazer além de curvar-se diante de uma dor como essa e se aninhar em um canto com medo de incomodar os mais velhos e então chorar, chorar até se cansar e foi o que eu fiz.

Estranho como esse mesmo Deus que me tirou meu pai tão novo, continuaria ainda a me sacanear. Essas coisas devem ser como comprar algo muito caro à vista, nunca mais ter que pagar por mais nada. Mas não, a vida continuou a fazer das suas e apesar disto eu segui adiante, tropeçando e aprendendo as regras da vida.  

Foi em um momento magico que eu vi minha mãe sentada na poltrona após tantos anos com tudo que passamos juntos sem a presença daquele homem que tanto nos encantava e que principalmente o quanto veio nos fazer falta, pude perceber o quanto seria eu, injusto se naquele momento eu pudesse me revoltar com Deus e ficasse esbravejando palavrões contra ele, pois Deus me deu uma mãe, que não fraquejou, aceitou, confiou e avançou junto com seus quatro filhos pela vida. 

Não existem palavras de agradecimento para me dirigir a Deus, por ter me dado a maior heroína que vi ou verei nesta vida. Sinto falta do pai que não tive e isso dói, mas  a mãe que se senta no sofá e feliz nos encanta com sua voz suave, meiga e carinhosa depois de ter lutado tanto para ser pai e mãe ao mesmo tempo e ter vencido a tarefa que Deus lhe deu. Não sei explicar o quanto amo essa senhora que mostrou a mim e a meus irmãos o que significa a palavra mãe.
Sei que todos tem suas histórias com suas mães, e todas são especiais para cada um, pois ser mãe é muito mais que um titulo. É uma entrega, o verdadeiro sentido da palavra doação e amor.


Marcos tavares de souza
Obrigado Dona Maria Helena,

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