quinta-feira, 25 de outubro de 2012

BANQUETES NO CÉU

Eu sempre quis acreditar em Deus,
do jeito que me apresentaram.
Quis buscá-lo por medo e por virtudes.
Tentei não ser canalha e imperfeito,
mudar minhas palavras hostis,
mas eu não pude! Tive que seguir sem ele.

Eu tive que trair alguns amigos.
Abandonar quem me queria por perto.
Fugir e ser covarde, sentindo medo do escuro.
Eu tive de mentir, me esconder, ás vezes, fui cruel.
Sempre vivi esfomeado nos desertos.
Nunca imaginei banquetes no céu.

Eu sempre fiz o que o pude,
usando as armas que tive.
Diante dos indefesos eu fui insensível,
tramei matá-los e jogar aos abutres,
tive vícios e os carrego, pois ainda vivo.
Caminhei por procissões, sem entender.

Já vi Deus em mendigos e o temi.
Eu tive Deus em minhas mãos e o desconheci.
Vou à sua procura, quando ferido.
O diabo me estimula, a sordidez me comove,
não sou um grande exemplo, às vezes choro.
Sou ovelha desgarrada a sua espera. 


Marcos tavares de souza




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